Artemis, irmã gêmea de Apolo, é a deusa-virgem, símbolo da vida livre, das florestas e da caça, a deusa da castidade, a mais nova de todas as criaturas, a Lua e a caçadora (a romana Diana).
As mulheres lhe pediam um parto feliz e ela foi a parteira no nascimento de seu irmão gêmeo, Apolo.
Artemis, tendo nascido antes do irmão e ajudado a mãe nos trabalhos de parto, ficou tão horrorizada com o que sofreu Leto, que pediu ao pai o privilégio de permanecer para sempre virgem.
É representada com vestes curtas espartanas.
Como seu irmão, a quem está muitas vezes associada no mito e no culto, carrega o arco e a aljavra cheia de setas temíveis e certeiras.
Como Apolo, sua irmã gêmea aprecia muito o país dos Hiperbóreos, cujas virgens mensageiras, as quais fazem parte de seu séquito, ela conduz até Delos.
Arqueira como o arqueiro Apolo, usa das mesmas armas que ele para competir ou castigar, mas cruel com as mulheres, causa-lhes mortes súbitas, sem dores e, não raro, rouba-lhes a vida no momento do parto.
Tão rebelde quanto Héstia e Atena às leis de Afrodite, Artemis sempre foi a virgem indomável, que punia à altura os atentados à sua pessoa.
Artemis foi definida como uma divindade que vive na natureza, percorrendo campos e florestas, no meio dos animais que neles habitam.
Era tida como protetora das Amazonas, também guerreiras e caçadoras, e independentes do jugo do homem.
Era a única dentre os deuses, que sempre foi acompanhada por um cortejo alvoroçado e buliçoso.
Com este séquito de ninfas às quais ela ultrapassa de muito em altura e beleza, percorre bosques e florestas, excitando os cães em busca da presa.
Embora a corça seja o seu animal predileto e sempre a acompanhe, porque a deusa lhe protege o crescimento e depois as crias, bem como as dos outros animais, isto não impedia que, no culto, os animais, indistintamente, lhe fossem sacrificados.
Basta lembrar que, após a vitória de Maratona sobre os persas, em 490 a.C., lhe foram sacrificadas quinhentas cabras.
Artemis estava estreitamente vinculada ao mundo vegetal e à fertilidade da terra.
Se a deusa lançou contra o reino de Eneu um javali monstruoso e devastador, foi exatamente porque o rei se esqueceu de dedicar-lhe uma oferenda das primícias do ano, de que ela também era responsável, como deusa da vegetação.
Foi, sobretudo, no Peloponeso, que Artemis aparece com todas as suas antigas características de deusa da vegetação.
Na Arcádia, denominava-se Senhora da árvore e, a senhora do cedro.
Nos confins da Lacônia, a senhora da nogueira, era celebrada com danças muito animadas pelas Cariátides.
O ato bárbaro de flagelação, por que passavam os efebos, em Esparta, junto ao altar de Artemis, é interpretado por alguns, não apenas como símbolo de antigos sacrifícios, mas como um rito purificador e de incorporação nos efebos, da substância sagrada da árvore.
Num dos concursos das festas de Artemis, o prêmio conferido ao vencedor era uma foice de bronze, o que mostra ser ela uma deusa da fertilidade e das colheitas.
Protetora dos mananciais e dos córregos, denominava-se a Caçadora com redes.
O caráter virginal da deusa não impedia de valer também sobre a fecundidade feminina.
Deusa dos partos, eram-lhe consagradas, as vestes das que faleciam ao dar à luz.
Com o título de a que alimenta, a que educa a criança, acompanhava particularmente as meninas em sua fase de crescimento e as noivas, às vésperas de seu casamento.