Em tempos imemoriais, uma colônia grega vinda do Egito havia trazido para a tranqüila baía de Eleusis o culto da grande Ísis, sob o nome de Deméter ou mãe universal. Desde esse tempo, Eleusis ficou sendo um centro de iniciação.
Deméter e sua filha Perséfone presidiam aos pequenos e aos grandes mistérios. Daí seu prestígio.
Muitos desses mistérios ainda não foram desvendados; no entanto, no grande complexo de templos de Eleusis, no grande Templo de Deméter, o Telesterion, os estudiosos têm descoberto esculturas e pinturas em vasos que representavam alguns desses ritos.
Se o povo reverenciava em Deméter a terra-mãe e a deusa da agricultura, os iniciados viam nela a luz celeste, mãe das almas e a Inteligência Divina, mãe dos deuses cosmogânicos.
Os sacerdotes de Eleusis ensinaram sempre a grande doutrina esotérica que lhes vinha do Egito, da qual a Maçonaria é a grande depositária nos dias atuais. Esses sacerdotes, porém, no decorrer do tempo, revestiram essa doutrina com o encanto de uma mitologia plástica, repleta de beleza.
O ritual dos Mistérios de Eleusis encontrava expressão na lenda da deusa Deméter e sua filha Perséfone, raptada por Hades, rei do Mundo Inferior.
O mito simboliza o lançar sementes à terra e o brotar de novas colheitas, uma espécie de morte e ressurreição.
No seu sentido íntimo, é a representação simbólica da história da alma, de sua descida na matéria, de seus sofrimentos nas trevas do esquecimento e depois sua re-ascensão e volta à vida divina.
É a doutrina da vida universal, que se encerra no simbólico grão de trigo de Eleusis, que deve morrer e ser sepultado nas entranhas da terra, para que possa renascer como planta, à luz do dia, depois de abrir caminho através da escuridão em que germina.